terça-feira, 4 de junho de 2013

Poema de Cesário Verde

Eu e Ela

Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.                        
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más idéias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.
Outras vezes buscando distração,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiro,
Formando unicamente um coração.
Beatos ou apagãos, via à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavaleiro de Faublas... 

Cesário Verde




O poeta escreve este poema dedicado a uma mulher com quem sonha viver no futuro e que o acompanhará na velhice recordando os tempos passados anteriormente. Este poema também pode ser entendido como uma oração que o poeta dedica ao "Cavaleiro das Fábulas" de quem parece ser devoto.
Escolhi estas imagens, pois nelas está representado um abraço que é referido no poema com o livro que é lido sobre os joelhos.

domingo, 2 de junho de 2013

Uma frase dos Maias

..."E o desfecho desse amor culpado, acrescentara o avô, fora a morte da mãe em Viena da Áustria, e a morte da pequenita, da neta que ele nunca vira, e que a Monforte levara..."